Quando seu filho volta a agir como bebê
Os avanços no desenvolvimento podem ser acompanhados de regressões momentâneas
Depois dos 2 anos, a criança não precisa mais de tantos cuidados como um bebê, mas pode surpreender os pais dando uma marcha a ré no comportamento.
O mais importante nesses momentos é os pais não encararem a atitude da criança como um problema. "É normal o desenvolvimento vir acompanhado de regressões momentâneas. Os pais não devem repreender o filho, mas acolher sua insegurança, mostrar que ele é amado e encorajá-lo com palavras", orienta o pediatra Luiz Cervone, coordenador clínico do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.
Entre os 2 e os 4 anos, seu filho adquire muitas habilidades novas. Entre outras, passa a se alimentar sozinho, comunica-se melhor, enfrenta a retirada das fraldas e começa a aprender os limites dos relacionamentos com os amiguinhos. Esses avanços merecem elogios, mas às vezes são eles que podem resultar num comportamento regressivo. É que para algumas crianças, em vez de funcionarem como estímulo, caem como um freio, provocando insegurança – o receio de não atender às expectativas dos pais. E para saber se eles continuarão a gostar dela, caso fracasse, ela volta a um estágio em que possa estar cercada de mais atenção. A atitude também pode coincidir com um fato novo: o nascimento de um irmão ou uma mudança como a volta da mãe ao trabalho após um período de férias. Mas, se seu filho dá um passo para trás em situações como essas, lembre-se de que ele está, na verdade, apenas tentando se sentir mais seguro para continuar a crescer. Dê muito carinho a ele!
Limites de pais
Em período de regressão, o filho tende a observar qual dos pais é mais maleável para atender a seus pedidos – um prato cheio para gerar conflitos, reforçar o comportamento indesejado da criança ou apenas deixá-la mais confusa e insegura. Os pais devem tomar decisões de comum acordo. l Outro risco pode vir camuflado na queixa dos pais que disfarçam o orgulho: " Esse menino não me larga um minuto, é muito agarrado comigo". Atenção, porque aí pode estar um vínculo de dependência que incentiva a criança a ser um eterno bebê.